Por Luciana Matos
Estamos experienciando um momento inédito de muito medo, grandes incertezas e abundante ansiedade.
Todos esses sentimentos são compreensíveis ao caos coletivo e globalizado.
A ameaça é real e não devemos subestimá-la, entretanto devemos, incessantemente, nos esforçarmos para não alimentarmos o pânico e sermos tragados pelo medo.
O Medo é uma emoção básica, necessária e adaptativa. É ativado na presença de uma ameaça e gera comportamento de emergência no sujeito. Essa ativação é indispensável para o enfrentamento da situação e reestabelecimento do modo de vida.
O córtex frontal é o responsável pela formação e interpretação desse sentimento, que dependendo da valoração sobreposta poderá ser correta, exagerada ou subestimada.
Saudavelmente o organismo desse sujeito, em busca de proteção, estabelece estratégias embasadas em suas crenças e expectativas de enfrentamento: para alguns, ativos (contato/confronto) e para outros, passivos (evitação/fuga).
Seguramente, o grau de convicção arraigado nesse sujeito, quanto às habilidades e recursos para regulagem dessa emoção, determinará a condução dos sentimentos, que se inadequadamente fomentará alto nível de preocupação e consequentemente sensação exacerbada de mal-estar e reações improdutivas.
O momento é propício para melhorar a capacidade de empatia e compaixão, mas primordialmente a capacidade de autocompaixão, reconhecendo e acolhendo nossos sentimentos sem julgamento e autocrítica, com aceitação e motivação para agir com responsabilidade, considerando as ações preventivas determinadas pelos órgãos públicos.
Hoje o distanciamento físico é necessário e é a maior representação de mostrarmos que estamos perto. Manter contato com amigos e familiares, através dos meios tecnológicos, é fundamental, porque sempre precisamos uns dos outros e agora muito mais.
É importante também avaliar como cada um de nós pode contribuir para a diminuição do sofrimento emocional dos demais. Práticas meditativas são favoráveis e exercícios físicos também. Embora sujeitos únicos, somos pertencentes a esse trauma coletivo que se enfrenta com ações coletivas.